quarta-feira, 25 de julho de 2007

A importância do tempo...

Os anos, os dias, as horas, os minutos, os segundos, os instantes... aquilo que nos controla a vida..Deixamos que um pequeno instrumento construído pela humanidade nos controle os movimentos ao longo da vida... Esse mecanismo, ao qual gentilmente chamamos relógio.

Passamos a vida a correr em função dele:
são horas de trabalhar
são horas de comer
são horas de dormir
são horas de divertir...
e quando temos direito a não ter horas?

Porque não podemos sair de madrugada e ir comer a um restaurante? Ou porque temos de trabalhar das 8h às 18h e almoçar das 12h às 14h?

Porque dizemos que perdemos tempo quando apreciamos as nuvens sentados num jardim, deliciados pelo aroma das flores que acabaram de desabrochar, ou quando estamos sentados na praia, deixando que a imensidão do mar invada as nossas pupilas, dilatadas das horas em frente a um computador, enquanto que a brisa acaricia o nosso rosto cansado da hipocrisia da sociedade em que vivemos? Mas consideramos que ganhamos tempo fechados em cubiculos engenhosamente montados, para que apenas a luz artificial nos toque a pele?

O tempo... ser sem matéria, que consegue pôr as moléculas dos nossos corpos em colisão, transformando-os em perfeitos zombies...

O ser humano desta nova sociedade, aquela em que vivo, deixou de agir e passou a ser uma gingatesca experiência de Pavlov... Não querendo chamar a ninguém cão, apenas sublinho que reagimos ao toque: é o toque do despertador, do telemovel, do email...

A sociedade contemporânea tem, no meu entender, tendência para se esquecer da parte mais importante da vida: VIVER...

Apenas se preocupa com o sobreviver: trabalhar para pagar as contas...

Esquece-se que existe um mundo para além do que se atravessa diariamente à sua frente, na sua rotina, e eles passam mesmo por cima dele...

O humanismo está a dar lugar ao materialismo, de tal forma, que qualquer dia as relações apenas existem materialmente e não sentimentalmente... Vivemos juntos, mas se analisarmos cuidadosamente a situação, as pessoas vivem sós, isoladas...

Será esta a sociedade que queremos? Evoluida do ponto de vista tecnológico, mas desprovida de qualquer humanismo? Não é a parte sentimental que nos distingue das máquinas? Não é a capacidade de improvisar e de amar que nos torna humanos e felizes?

Então... repensem a forma como utilizam o vosso tempo...

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