segunda-feira, 30 de julho de 2007

Uma banda...

Este fim de semana, numa das minhas peregrinações por entre bares até a discoteca estar em condições, fui até à Foz do Arelho...
Para meu espanto encontro um palco, muita luz e um som fascinante... Um espectáculo com percussão, violino e violoncelo que faz vibrar pessoas dos 8 aos 80...
Admito que o que mais gostei foi da energia transmitida pelo violino... tocaram de tudo, desde "A minha casinha" dos Xutos & Pontapés até música electrónica...
No espectáculo tiveram também dança contemporânea...
Não resisti à tentação de descobrir quem eram... e aqui os têm, para quem aprecie boa música...

quarta-feira, 25 de julho de 2007

A importância do tempo...

Os anos, os dias, as horas, os minutos, os segundos, os instantes... aquilo que nos controla a vida..Deixamos que um pequeno instrumento construído pela humanidade nos controle os movimentos ao longo da vida... Esse mecanismo, ao qual gentilmente chamamos relógio.

Passamos a vida a correr em função dele:
são horas de trabalhar
são horas de comer
são horas de dormir
são horas de divertir...
e quando temos direito a não ter horas?

Porque não podemos sair de madrugada e ir comer a um restaurante? Ou porque temos de trabalhar das 8h às 18h e almoçar das 12h às 14h?

Porque dizemos que perdemos tempo quando apreciamos as nuvens sentados num jardim, deliciados pelo aroma das flores que acabaram de desabrochar, ou quando estamos sentados na praia, deixando que a imensidão do mar invada as nossas pupilas, dilatadas das horas em frente a um computador, enquanto que a brisa acaricia o nosso rosto cansado da hipocrisia da sociedade em que vivemos? Mas consideramos que ganhamos tempo fechados em cubiculos engenhosamente montados, para que apenas a luz artificial nos toque a pele?

O tempo... ser sem matéria, que consegue pôr as moléculas dos nossos corpos em colisão, transformando-os em perfeitos zombies...

O ser humano desta nova sociedade, aquela em que vivo, deixou de agir e passou a ser uma gingatesca experiência de Pavlov... Não querendo chamar a ninguém cão, apenas sublinho que reagimos ao toque: é o toque do despertador, do telemovel, do email...

A sociedade contemporânea tem, no meu entender, tendência para se esquecer da parte mais importante da vida: VIVER...

Apenas se preocupa com o sobreviver: trabalhar para pagar as contas...

Esquece-se que existe um mundo para além do que se atravessa diariamente à sua frente, na sua rotina, e eles passam mesmo por cima dele...

O humanismo está a dar lugar ao materialismo, de tal forma, que qualquer dia as relações apenas existem materialmente e não sentimentalmente... Vivemos juntos, mas se analisarmos cuidadosamente a situação, as pessoas vivem sós, isoladas...

Será esta a sociedade que queremos? Evoluida do ponto de vista tecnológico, mas desprovida de qualquer humanismo? Não é a parte sentimental que nos distingue das máquinas? Não é a capacidade de improvisar e de amar que nos torna humanos e felizes?

Então... repensem a forma como utilizam o vosso tempo...

domingo, 22 de julho de 2007

Um lindo jardim...


Conheci este jardim quando ainda andava na faculdade, muitos trabalhos de campo eram realizados lá e ajudava como porta-mira ou a segurar uma régua enorme... Apaixonei-me pelo jardim botânico na antiga Faculdade de Ciências.... Aquela magia que nos faz sonhar dentro da cidade. Quando lá vou consigo sentir-me livre da sociedade que me teima em atacar... A natureza não olha para o que tenho vestido ou para o cabelo despentiado... A natureza brinda-me com a sua beleza e aceita-me como sou...


Consigo sentir o seu aroma... as suas cores... as melodias que os passáros nos oferecem... A brisa que percorre aquele espaço brinca com o meu cabelo...

Sinto-me parte desse mundo, escondido em recantos da cidade cinzenta com pessoas que se atropelam e não querem saber de ninguém para além deles próprios..

Deixo-vos um poema escrito nesse espaço que todos deviam visitar...



Este jardim
onde me encontro
faz parte de mim...
Devolve à minha alma
a calma...
É um refúgio
onde posso ser
quem sou...
Onde a máscara cai
e a força se vai
Fico frágil...
Mas feliz.
É onde o sonho
permanece
e a razão
adormece...
Sinto tudo,
os aromas...
as cores...
os sons...
trazidos no vento
como uma oferenda
singela, pequena
mas de uma beleza
estonteante...
As memórias
invadem a minha mente
a uma velocidade alucinante,
e esqueço o mundo
que me apaga
com a solidão
Sinto-me completa
e a luz penetra
suavemente
no meu olhar...

quinta-feira, 19 de julho de 2007

És feliz?

No outro dia perguntaram-me:

És feliz?

E eu respondi: -Sou...
Ficaram surpresos com a resposta, disseram-me que havia tantas coisas que não tinham, que não poderiam ser felizes.
Tal como esta pessoa, muitas vivem presas a coisas, a sentimentos... Vivem a vida a recordar o passado e esquecem-se de fazer o seu próprio futuro.
É claro que eu também tenho muitos sonhos que ainda não concretizei, mas não sou menos feliz por isso. Aprendi a viver o hoje, para amanhã ser uma pessoa melhor. Aprendi a respeitar-me e a olhar, com olhos de quem vê, o mundo que me rodeia...
Aprendi a dizer, se o dia hoje não me correu muito bem, amanhã será melhor. Tenho a minha família e os meus amigos para me ajudarem quando estou em baixo e para compartilharem as minhas alegrias.
Se em vez de estarmos sempre a pensar no que está mal na nossa vida, começarmos a ver o que corre bem, se calhar vão existir muito mais pessoas felizes...
Deixo-vos um pequeno texto que enviei pelo Natal aos meus amigos...

Natal

Numa noite escura, onde o frio abundava e as estrelas iluminavam os caminhos...O Pai Natal olhou-te nos olhos e deu-te a melhor prenda que alguma vez podias ter recebido.Sabes qual foi?Foi a felicidade....

Todos nós podemos e devemos ser felizes... Passamos os dias a queixarmo-nos da vida, dos problemas, do mal que nos rodeia... mas nada fazemos para ser felizes... não é difícil...

Aproveita cada instante que a vida te dá. Recebe com carinho e atenção todos os presente que o mundo que te rodeia oferece...
Lembra-te que a vida é feito de pequenos nadas, devemos aproveitar ao máximo esses pequenos nadas...Partilha um sorriso com uma criança, dá uma festa num animal abandonado, olha o horizonte, sente a areia fina e a brisa do mar....
Faz o que o coração te pede, em vez de estares sempre pensar nos prós e nos contras...Eu consegui ser feliz e sei que tu também consegues...
Aproveita o espírito natalício para fazeres, também tu, alguém feliz...
Aproveita o Ano Novo para fazeres esta mudança na tua vida.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Uma viagem ao passado...


Este sábado fui a uma bela cidade, chamada Óbidos, que já por si nos faz embarcar no mundo dos sonhos e regressar ao passado... As suas belas muralhas e as casas caiadas de branco com contraste do azul ou amarelo, protegem quem lá entra e o céu tem uma cor especial...



Mas como seria esta cidade, rodeada de pedras, nos tempos passados? Quando ainda não existiam os carros a motor e se utilizavam os cavalos, os burros e os pés para as deslocações do dia a dia? Quando não existiam as lojas de moda e a comida não era servida em restaurantes luxuosos?



Foi para responder a algumas destas perguntas que a cidade acolheu a feira medieval... Aconselho a todos... Se já gostam de Óbidos como eu gosto, vão ficar encantados com a magia que esta feira traz à cidade.

Todas as personagens estão trajadas a rigor, os cavalos, as carroças, existem barraquinhas com tudo...

Havia damas da corte, artesões, cavaleiros, dançarinas, bruxas, mendigos e até um leproso, cuja caracterização estava simplesmente fantástica.







Tinhamos a bancada da bruxa, com remédios para todos os males, leitura da sina na palma da mão, artesões a trabalhar madeira e aço...






e perdida num recanto onde se praticavam alguns jogos tradicionais da época, uma banca árabe, com um chá delicioso e ainda se podia levar o copo... Tomei o chá com a minha amiga Lina (apanhei um pequeno escaldão, levem protector solar) e lembrei-me da minha querida Ana, que está tão longe... Dos chás que tomávamos juntas e das conversas a um ritmo alucinante, que por vezes nem necessitam de palavras...




Música e muita animação e claro que não podia faltar a comida. Tascas, com os barris de vinho e os caldeirões de ferro com três pernas... (Não me deixaram roubar um :( )




Fica a beleza desta feira, caracterizada nas fotografias que te deixo, mas o cheiro, a vibração e a alegria só serão sentidas por quem lá for... Acreditem que vale a pena, 4 euros por pessoa (se forem trajados à época não pagam) é um preço justo para se voltar a sentir o gosto do passado...

terça-feira, 17 de julho de 2007

Uma terra chamada Macarca...

Este fim de semana foi uma loucura... Matei saudades do meu pai e da minha avó. Soube-me muito bem voltar a ver o verde daquela terra a que chamam Macarca...

Conta a lenda que a raínha num dos seus passeios perdeu naquele local uma macaca que tinha como animal de estimação. Assim sendo a terra acolheu este nome, que para um olhar mais desatento pode parecer um pouco bizarro.

Naquela terra, as estrelas acolhem-nos de noite e a beleza da terra envolve-nos durante o dia. Muitas são as maravilhas escondidas naqueles montes e vales...

Desde pequena que passeio sozinha por caminhos perdidos entre florestas... Busco na natureza a calma que necessito para a minha alma... Mas nesses locais ignorados pela sociedade, descobri também uma alegria e uma força... Aqueles cheiros, os sons... Toda a vida escondida debaixo dos nossos olhos e nós cegos para a vermos...

Foi estes passeios comigo mesma que me fizeram crescer enquanto pessoa e perceber que a beleza interna é superior à efémera beleza exterior criada pela comunidade onde estou inserida diáriamente.

Aqui foram reveladas maravilhas que hoje partilho contigo... espero que gostes tanto de ver, como eu de sentir... Talvés um dia percebas a beleza e a importancia dos pequenos nadas que nos dão tanto...




sexta-feira, 13 de julho de 2007

As sete maravilhas do mundo...

Hoje estava a ver o meu mail, finalmente dois segundos para ver o número infindável de mails que me enviam diáriamente e vi um que achei delicioso... o seu título era "As sete maravilhas do mundo" e conta a história de uma professora que pede aos seus alunos para escreverem num papel as sete maravilhas do mundo. Mas um dos seus alunos está a demorar muito tempo e ela oferece-se para o ajudar.



Ele diz que são tantas as maravilhas do mundo que tem dificuldade em escolher 7, mas já escreveu:



Ver


Ouvir





Tocar





Provar



Sentir


Rir




Amar





É engraçado que a nossa sociedade passa muitas vezes à margem destas pequenas coisas que nos fazem verdadeiramente felizes, e tentam compensar essa felicidade com coisas terrenas, coisas materiais.



Os pais, para compensar o tempo e o carinho que não podem dar aos filhos, enchem-nos com bonecos e coisas... nem se lembram que estes ficariam muito mais gratos com um sorriso, com um abraço... com uma palavra amiga, com um olá quando se chega a casa e um adeus quando se vai para o trabalho.



Por vezes costumo dizer "Não é o que fizeste, mas o que não fizeste" porque o ser humano toma muitas vezes o outro por garantido e não toma atenção aos pequenos gestos, apenas aos grandes gestos... Para certas pessoas, um jantar, um ramo de flores, uma joia, uma viagem resolve todos os problemas... Mas por vezes basta um sorriso, um olá, um gesto pequeno para dizer estou aqui, gosto de ti e se precisares de mim, conta comigo...



Estes gestos não precisam de dinheiro ou tempo, coisas que as pessoas teimam em trazer à baila nas discussões... estes gestos são pedaços do nosso ser, que damos todos os dias ao mundo que nos rodeia... e se não o damos a alguém, é porque se calhar, não faz parte do nosso mundo, por muito que isso nos possa custar.




quinta-feira, 12 de julho de 2007

Momentos só meus...

Existem aqueles dias em que não me apetece sair de casa, em que olho pela janela e embora o rebuliço do mundo me tente inundar as veias, permaneço imune a essa energia, banhando a minha alma de uma certa nostalgia.



É nesses dias, para evitar ficar dentro de quatro paredes, a comer que nem uma louca, que me obrigo a tomar banho, vestir algo decente e a pegar nas chaves do carro.



Estes passeios solitários, eu, o meu carro, o meu diário laranja e a minha máquina fotográfica, tornaram-se numa espécie de terapia. Recuso-me a ficar muito tempo deprimida, até porque não sei quanto tempo de vida me resta e quero sentir o mundo de uma forma intensa, segundo a segundo.



Sentir a chuva na minha face, o cheiro da terra molhada, a brisa do mar, ouvir o canto dos pássaros... sentir tudo aquilo que a natureza tão generosamente nos oferece e nós teimamos em passar ao lado dessas lindas oferendas, com a desculpa "Não tenho tempo..."



Precisamos de tempo para tudo e temos tempo para tudo... até para sorrir...



Estas fotos são resultado de um passeio feito recentemente à expo... tento fazer da fotografia um olhar atento às realidade que passam despercebidas aos olhos da sociedade

quarta-feira, 11 de julho de 2007

One bad day



Por norma até sou uma pessoa sorridente e optimista, consigo sempre ver o copo quase cheio e ver a vida de uma forma bela.

Mas hoje, parece que o mundo desabou sobre a minha cabeça e a vontade de sorrir desvaneceu. Em vez do sorriso que normalmente trago por companheiro, hoje foram as lágrimas que banharam a minha face e não as consegui parar.

Tudo parece errado, nada parece bater certo. Tenho quase trinta anos, uma casa que tem mais coisas para arranjar do que benefícios e um curso acabado sem futuro profissional.

Vejo os meus amigos a viverem a vida e eu passo a minha a tentar sobreviver, contando os trocos para poder comer ou por combustível no meu carro. As perspectivas de trabalho são quase nulas na minha área e nas outras, todas exigem experiência...

Voltei para a faculdade para tirar um outro curso, mas não consigo tirar as notas que queria, com o trabalho de manhã e explicações à tarde, pouco tempo me sobrava para estudar e para descansar...

Estou um pouco farta da vida que levo, mas pior, estou estou farta de nada poder fazer para a mudar, independentemente do que eu faça para poupar, o dinheiro parece nunca chegar e não tenho tempo para fazer tudo, e como tal, o descanso vai ficando para segundo plano...

Necessitava de uma grande volta na minha vida, mas por vezes apenas me apetece desistir de tudo, desaparecer e comigo levar todos os meus problemas para que ninguém ficasse com eles por encosto...

Tinha ideais, sempre fui uma lutadora e uma sonhadora. Neste momento as forças abandonaram-me e revelaram apenas uma pessoa fraca...

É assim que me sinto, um peso inútil para a sociedade, porque esta não me aceitou como sou...