quinta-feira, 11 de junho de 2009

O que custa ser feliz...

Todos temos pedras no caminho, e segundo Fernado Pessoa, deveríamos construir castelos... Bem sei que não seriam todos belos, mas seriam nossos... não é a morte que nos faz viver intensamente, não é o sonho que nos permite alcançar aquilo que pensávamos ser inatingível...
Dizem-nos para não guardarmos para amanhã o que podemos fazer hoje, António Variações, dizem-nos também que devemos ter uma noção clara da realidade de cada um, não julgarmos os outros pela nossa realidade, Platão, existem inúmeras pessoas que nos ensinam como viver, mas nós teimamos em sofrer e não viver apenas... usufruir das coisas boas da vida e ver o lado positivo da vida.
A minha avó dizia que não custa viver, custa é saber viver... só lhe dei razão uns anos mais tarde, quando me deparei com o fundo do poço e quis ver novamente a luz... quando achei que para se ser feliz não era preciso sofrer nem abdicar de quem eu era, da minha essência.
E hoje o que faço? Bem... por vezes fujo da felicidade, outras vezes abraço-a com toda a força que tenho...
Todos temos teorias de como viver e como viver bem, eu tenho as minhas claro... mas considero que não existe uma melhor que a outra, porque também não há pessoas melhores do que as outras. Há pessoas mais compatíveis com a nossa maneira de ser, há pessoas mais abertas às opiniões dos outros, há pessoas que acordam sempre bem dispostas... mas ninguém é melhor que ninguém apenas diferente. É nessa diferença que o mundo ganha a sua beleza, a multi diversidade seja ela a que nível for faz-nos um povo mais evoluído porque cada um trabalha numa área diferente... Cultiva um pouco do jardim a que podemos chamar sociedade...

Se bem que neste momento este jardim esteja em crise, eu penso que todos juntos podemos mudá-lo para melhor, trocando as armas pelo diálogo, mas aquele diálogo onde as partes se ouvem realmente, senão passamos ao monólogo que pouco efeito tem...
Trocando o "não tenho dinheiro para nada" por uns passeios grátis, existem tantos sítios para ver, exposições gratuitas e concertos a custo zero, basta procurar... Para nos divertirmos não precisamos de dinheiro, senão coitados dos nosso avós ou bisavós, que pouco tinham monetariamente, mas nunca deixaram de sorrir por causa disso... improvisavam, juntavam os amigos, faziam a festa em casa, lembro-me bem como era alegre a casa da minha bisavó e da minha avó... "Tristezas não pagam dívidas" era o lema da casa...

Por vezes, no meu entender, temos que ir retroceder para avançar em passo firme e nós, a minha geração que era apelidada de geração rasca, agora apelidada geração do ordenado dos 500 euros, tem que pensar que a vida não é só o que se tem no banco ou a parte material... mas principalmente os valores que nos foram transmitidos e que não podemos deixar que se percam no tempo, como uma gota da chuva em pleno oceano... O respeito pelo próximo e por nós próprios também tem que ser validado... Temos que mostrar o que valemos, não pelo que temos, mas por quem somos... e nós já ganhamos muitas batalhas, esta será apenas mais uma...

Viver feliz, acordar a sorrir e receber de braços abertos tudo o que a vida tem para nos dar, minimizar os problemas, optimizando a solução para eles, rentabilizando assim o tempo que achamos sempre que nos falta para fazermos aquilo que gostamos...

Não ficar velho, ficar sábio... Não ficar a remoer o passar mas antes ficar optimista perante o futuro e isso só se consegue mudando a nossa atitude no presente...

Mas isto sou eu, a dizer o que penso... felizmente estamos num estado livre... e a minha liberdade acaba onde começa a liberdade dos outros...

Os meus peixinhos agora têm uma vivenda...

Pois é, os meus quatro meninos neste momento devem sentir-se como lord's, ou coisa do estilo, tendo em conta que não sei o sexo deles...

Primeiro tiveram direito a um T0, coitados, só eu para os colocar numa jarra, mas por vezes temos que improvisar, lembro-me que nessa altura, ainda eram apenas dois, nem sequer tinham espaço para nadar...

Depois foram mudados para um T2, uma bolinha de 12 litros... e aproveitei e arranjei mais dois para poderem jogar à sueca. Não me parecia bem serem só dois, ficavam sózinhos, pricipalmente porque as horas de sono não coincidiam...

Depois de muitas voltas e sem contador de voltas, porque os aquários não têm coisas dessas, resolvi comprar a vivenda, um aquário de 50 litros...

A principio estavam desconfiados... deviam estar a pensar no ditado "Quando a esmola é muita o pobre desconfia", mas agora andam felizes e contentes a aproveitar cada cm^3 daquela água... e eu também fico bem mais feliz...

Deixo-vos com o novo lar dos meus meninos o Sunlight, o Moonlight, o Ying e o Yang... a minha companhia viva cá em casa :) e olhem que fazem mais companhia do que se possa pensar...




domingo, 7 de junho de 2009

Chiclete - Taxi

Esta a andar de carro e a pensar na vida quando ouvi esta música de 1981, sim de 1981, tinha eu um ano quando foi lançada... Chiclete, dos Taxi.
E esta música que já foi escrita há tanto tempo consegue retratar tão bem a sociedade de hoje... é impressionante com eu tenho visto tantas alterações na sociedade em que vivo, mas eles conseguiram captar podridão que consumia lentamente a nossa sociedade e hoje nos arrasta a todos para um vórtice do qual parece que ninguém quer sair.
Antigamente, pelo que via nos meus primeiros anos de vida e pelo que me contam, os homens eram valorizados pelos seus valores, pela honra, pela palavra. Hoje somos avaliados por aquilo que temos, pela imagem que transparecemos, pelo que vestimos, pelo carro que conduzimos, pela casa em que vivemos e pelas polegadas do plasma que existe lá em casa.
Antigamente quando se falava em "Ele é de boas famílas" falava-se em valores, hoje também, mas os valores traduzem-se em euros na conta bancária...

Isto só leva a que todos queiram ter algo que não precisam para serem quem não são para impressionarem quem na realidade não gostam... mas quem sou eu para julgar... sou apenas alguém que tento viver segundo os valores que os meus pais me incutiram e entre esses está o ser sempre verdadeira a mim, em primeiro lugar, só comprar o que posso se realmente for necessário, em segundo lugar, guardar algum para alguma emergência, em terceiro lugar, e no final se sobrar qualquer coisa, então comprar um extra que realmente valha a pena e que esteja no orçamento, claro lol

Esta sociedade, como se pode ver nos jornais e nas notícias da televisão, está a empenhar-se cada dia mais, compra o que não precisa, com o dinheiro que não tem... Obviamente chega a um ponto que ficam com uma mão atrás e outra à frente... chegam a não comer apenas para ter os chamados "bens essenciais" que não passam por ter 50 canais extra de televisão num plasma que quase não cabe na sala...

Enfim, não se pode criticar a sociedade, quando o nosso governo faz exactamente o mesmo, daí o défice ser cada vez maior... e o que se faz para combater o défice, o que as famílias fazem quando não conseguem pargar um crédito, pedem outro....

Onde está o Portugal que tinha pessoas de valor, com boa vontade, e com vontade de trabalhar... Não tinhamos todos tudo, mas tinhamos felicidade e essa está a esgotar-se a olhos vistos e não há crédito que a possa comprar...

Vejo cada vez mais pessoas infelizes que trabalham para pagar as dívidas que nem reconhecem do que sejam... apenas para serem reconhecidas na sociedade, sociedade esta que faz questão de as tratar como lixo.

Porque na minha opinião se nos tentam mudar, é porque não gostam de nós, então de que vale mudar e deixar de sermos quem somos, de que vale abdicar da nossa vitalidade, daquilo que nos faz sorrir por algo que não nos vai valorizar...

Aprendam a ser felizes com os pequenos nadas, aprendam a gostar de vocês, por quem são e não porque os outros vão gostar mais de vocês... A felicidade está em todo lado e a custo zero, só têm que saber olhar...

Mas claro que isto é apenas a minha opinião... beijinhos...

P.S-> para quem não conheço deixo a letra e a música dos Taxi, Chiclete... ou para apenas relembrar... e fazer alguém sorrir...

Letra - Chiclete dos Taxi...
E como tudo o que é coisa que promete
A gente vê como uma chiclete
Que se prova, mastiga e deita fora, sem demora
Como esta música é produto acabado
Da sociedade de consumo imediato
Como tudo o que se promete nesta vida, chiclete

Chiclete, aua aua aua aua aua ah!
aua aua aua aua aua ah! (chiclete)

E nesta altura e com muita inquietação
Faço um reparo e quero abrir uma excepção
Um casse-tete nunca será não, chiclete

Pra que tudo continue sem parar
Fundamental levar a vida a dançar
Nesta vida que tanto promete, chiclete

Chiclete, aua aua aua aua aua ah!
aua aua aua aua aua ah! (chiclete)

E como tudo o que é coisa que promete
A gente vê como uma chiclete
Que se prova, mastiga e deita fora, sem demora
Como esta música é produto acabado
Da sociedade de consumo imediato
Como tudo o que se promete nesta vida, chiclete

Chiclete, aua aua aua aua aua ah!
aua aua aua aua aua ah! (chiclete)

Chiclete
chiclete (x4)

Chiclete (prova)
Chiclete (mastiga)
Chiclete (deita fora)
Chiclete (sem demora) (x...)

(...chi-chi-chi, chi-chi-chi, chiclete)