quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Perdido no Baú...

Das entranhas do meu ser
um pensamento surge
e eu vou tentando saber
o porquê dele existir.
Tudo pára
quando oiço a sua voz
e tudo desaparece
quando olho o seu olhar

É tão estranho sentir-me assim
é como se este pensamento
fosse parte de mim
não só por um momento
mas toda a eternidade
sim, esta é a verdade.

Seus olhos têm magia
o seu olhar me inspira
e quando me fala
fico muda e calada

É como se eu estivesse
encontrado
o que toda a vida
tenho procurado.

Deixa meu ser
calmo e sereno
e aumenta a vontade de viver
aquela vontade de dentro

O meu pensamento
flui e ressoa
como se não quizesse desaparecer
e eu que por um momento
me esqueço do tempo
e me deixo viver

28-9-99

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Pequenos tesouros da natureza

Quem me conhece já sabe a minha paixão por flores e natureza em geral... A máquina captou e eu mostro-vos mais uns tesouros... Desta vez não estava lá a minha mana a dizer

"Mais uma flor, só tiras fotografias a flores.... "



Férias? qual o conceito?

Quando pensamos hoje em férias, a maioria de nós pensa em viagens para lugares paradisiacos, em sítios remotos...

Pois bem, não que não queira conhecer o mundo, este ano as minhas férias resumiram-se a uma semana e adorei cada instante... Foi a libertação da cidade e o pertencer ao campo, impregnar aquele cheiro da natureza no meu corpo, deixar-me levar pelo vento, sentir o aroma do mar...

Mais do que isso, foi o reencontro, com família que está perto mas raramente vejo, por minha culpa, porque deixo o trabalho controlar parte da minha vida, por outro rever família que está longe e poucas vezes vem a Portugal...

Sentir que pertenço a um lugar, muito mais que a uma terra física, mas que faço parte de uma família... sentir que a vida faz sentido, por mais estranha que possa parecer...

Deixo algumas imagens desses momentos...




sábado, 11 de outubro de 2008

Uma paixão, não uma profissão

Quando olho para trás e vejo todos os alunos que já tive, vejo que o curso que tirei foi o mais acertado...
Encaro a minha profissão não como uma obrigação mas como uma paixão, adoro o que faço e faço-o com "um brilhozinho nos olhos", como diz a canção. Orgulho-me de dizer que acordo de manhã ansiosa por começar o dia, por aturar as pestinhas que me tentam chatear de todas as maneiras e mais algumas... Adoro imaginar todas as formas possíveis e imaginárias de lhes ensinar matemática de uma forma pessoal... sendo sempre eu e não uma personagem formada pela sociedade, esteriótipada...
Adoro as dores de cabeça, embora por vezes me pareçam demais, confesso... mas prefiro os desafios às coisas fáceis... dão mais sabor à vida. Nunca desisto de ninguém, acho que todos têm o direito de aprender e todos têm o seu ritmo e forma de aprendizagem... mais do que isso, têm personalidade, passado, família, estão integrados numa cultura própria com valores próprios que por vezes são desprezados...
Para mim cada aluno é mais do que um aluno, é uma pessoa e como tal tem problemas, tem momentos de felicidade, precisa de se exprimir... nós precisamos de canalizar essas energias da melhor forma... por isso penso que tem que existir uma relação de confiança entre professor e aluno e não uma relação de impessoalidade que tantos tentam transmitir.
Eu não sou de pedra, existo enquanto ser humano, com toda a vivencia que adquiri ao longo dos anos... não consigo chegar à sala e deixar de ser eu, não se consegue ser assim, quem é assim é falso...
No entanto existe uma regra que aprendi de um professor, hoje grande amigo, que a nossa liberdade acaba onde a liberdade do outro começa... e este respeito é o que tento ensinar também nas minhas aulas...
Tive alunos mas ganhei amigos... e tenciono enriquecer a minha vida ao longo da minha carreira, porque eles ensinam-nos muito, quando nós também estamos dispostos a aprender e nesta vida, estamos sempre a aprender (esta disse-me o meu pai ainda eu era bem novinha)
Por isso, embora o governo me dificulte a vida com burocracias e me empate o tempo com papeis eu vou continuar a amar o que faço, porque o faço para os alunos, para que um dia tenham um pouco da paixão pela vida e pela matemática que eu tenho...

Dreams come true

Pois é meus amigos.... pelos vistos nesta altura ausento-me sempre, desta vez por uma boa razão.... Já me encontro a viver na minha casinha...
Como a net só veio posteriormente à minha mudança, só agora vou voltar a escrever aqui. Mas estou encantada por estar a viver o meu sonho, ter um espaço só meu.
Durante anos, fui traçando metas e objectivos, os quais fui concretizando ao longo da minha, posso dizê-lo, curta vida. Com pouco mais que um quarto de século é com orgulho que digo que já realizei quase todos os meus sonhos.
Tenho a minha casinha, o meu carro, uma profissão que amo ( e este ano fiquei colocada :) ) tenho amigos com quem posso contar, estou a tirar uma segunda licenciatura... enfim, muitos dos seres humanos que coabitam este planeta não poderão dizer o mesmo.
Alguns porque deixam os seus sonhos para trás, outros porque nunca têm possibilidades de os realizar. Eu tentei sempre empenhar-me e conquistar tudo aquilo que queria e hei-de conseguir... para mim é uma questão de vontade, mais do que uma questão monetária, porque sem vontade nada se consegue.
Este meu palácio, para outros será apenas uma casa, para mim é a independência conquistada, foi mais do que paredes, mobilias e electrodomésticos... é o espaço onde me posso deixar cair na cama e sonhar sem ser acordada, é onde posso convidar amigos e conversar até à hora que a conversa nos leve, é um bom livro, uma boa gargalhada, é a partilha de silêncios e confidências... é um lar...
Feita à medida, com algumas alterações a fazer a longo prazo, tal como converter duas casas de banho em uma, porque não me faz sentido ter apenas uma casa de banho com banheira e outra com sanita, quando estas estão lado a lado, a casa é um espaço mutável como a minha própria vida... existe, mas não morreu no ínicio, permanece em crescimento...

A única coisa que vai permanecer imutável é a porta aberta para os amigos...