sábado, 11 de agosto de 2007

Viver

Ao longo dos dias que constituem a minha existência aprendi várias coisas e uma das que mais valorizo é saber levantar-me, mesmo que a queda seja enorme.
Por vezes, ao olharmos para trás, temos tendência a apenas recordar os momentos maus da vida, aqueles em que estivemos em baixo, e por vezes esse buraco onde nos enfiámos pode ser enorme… Mas a beleza da vida é sabermos aprender com a quedas e recordar os momentos bons… Como alguém disse “Quando te atirarem pedras, não as mandes de volta. Apanha-as e constrói uma escada.” Penso que esta é uma das vias para se poder viver melhor.
No entanto não nos podemos esquecer de viver. Não podemos ser aquele viajante que tira fotografias de todos os sítios onde esteve, mas esqueceu-se de sentir o ambiente que o rodeava… O seu corpo coexistiu com aqueles lugares maravilhosos que encontramos de forma estática em alguns bocados de papel fotográfico, mas a sua alma nem sequer passou perto, ficou sempre presa à sua terra natal… Ele existiu mas não viveu em plenitude.
Penso que para se chegar ao fim da nossa existência e dizer-mos com um sorriso nos lábios “já posso morrer, porque vivi….” É necessário por um lado viver realmente a vida, sentir cada aroma, cada cor… ver a natureza que nos rodeia e fazer parte integrante dela. Olhar pelos que nos amam, seja de que natureza for esse amor… Compreender a sociedade que todos os dias se agita à nossa volta e dá movimento à nossa vida. Precisamos de aprender com os nossos erros, conhecermo-nos bem, gostarmos de nós. Também é preciso ensinar os outros, dar um pouco de nós aos que nos rodeiam e pode passar por um sorriso, um abraço, uma palavra amiga ou por uns instantes de silêncio…
Eu posso dizer que aprendi a viver recentemente, pelo menos quando comparo o meu novo estilo de vida com o que tinha no passado. Hoje gosto do que faço e não tenho vergonha de ser como sou. Tento dar o melhor de mim, todos os dias e vou constantemente ao passado averiguar as lições de vida que me foram dadas clandestinamente. Agradeço todos os dias o carinho que me é dado pelos meus amigos e a possibilidade de conhecer novas pessoas, com culturas diferente para que o meu mundo possa ser mais diversificado, dessa forma posso ajudar melhor quando me pedem e quando não pedem. Transponho a força de viver para o meu trabalho, para a minha alegria de viver, para ensinar… E uma coisa fundamental, tento ver sempre o copo ou meio cheio ou a transbordar, porque o muro das lamentações já é muito grande e sorrir torna-nos mais jovens e menos rancorosos…
Como a minha avó costumava dizer “Viver não custa, custa é saber viver”.

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