domingo, 19 de agosto de 2007

Férias em familia - Capítulo I

Tudo começou com a apanha do milho, após duas semanas de trabalhos intensivos na minha casita… Uma pessoa a pensar “Vou finalmente de férias…” e depois é apanhada pelo pai a dizer que é necessário acordar às sete da matina para ir para o campo… Que rica vida, isto de ter um pai reformado, aprendiz de agricultor tem muito que se lhe diga.

Não obstante, e porque um “azar” nunca vem só, o meu menino (o meu carro) ficou com uma jipose, isto é, foi apanhado pelo jipe, enquanto o meu pai o conduzia, ficando com uma porta mais compacta e mais preta – devo referenciar que o meu carrinho é cinzento.

Mas, a vida não é feita só de maus momentos e viemos passear os quatro, algo que se tem repetido há alguns anos a esta parte, até Espanha. Desta vez o destino é Coruña.
Partida na terça-feira de manhã, acordar às sete e sair da Macarca – terra encantadora – por volta das oito e meia, porque os pais adormeceram, isto é o que eles nos dizem e eu nem quero especular sobre o que andaram a fazer para ficarem na cama até tarde.


Destino inicial Pontevedra, para almoçar marisco… A viagem

foi linda. Pude constatar que os tons de Outono já se espelham na vegetação e os aromas desta estação perfumam o ar.
Foi lindo poder ver as casas gradualmente a ter mais pedra que cimento, telhados mais inclinados… A vegetação também se tornou mais densa, o que me leva a crer que existem mais civismo por parte da sociedade em manter um bem precioso – o oxigénio – só possível através dos verdes a que damos tão pouca importância no nosso dia-a-dia.
As temperaturas foram descendo à medida que íamos subindo em direcção ao pólo norte, de tal forma que as nuvens decidiram beijar docemente as montanhas que iam encontrando. O nevoeiro denso, nas terras mais altas, dava um toque de mistério ao cenário que se ia desenrolando à nossa frente.
Paragem para almoço em pontevedra e depois seguimos para Sanxenxo, onde já tínhamos hotel marcado. Atenção que não era qualquer coisa, tinha piscina e tudo… Mas a chuva decidiu brindar-nos e não aproveitamos as águas geladas que se encontravam paradas dentro das quatro paredes abaixo de terra.


Foi bom passear à beira mar, sentir o vento e a chuva na face… o aroma da terra molhada… Naquela marginal tudo nos parecia, por um lado familiar, mas por outro, parecia saído de um livro… Tudo arranjado, passeios limpos, transito civilizado. Os peões fundem-se com a paisagem e o mar parece coexistir em harmonia com a população…
Estátuas de ferro dentro do mar, estátuas de areia em terra… Pareceu-me que esta localidade dá muita importância à arte, mesmo os edifícios eram feitos com brio e gosto, nada parecia estar ao acaso, tudo tinha espaço para viver e pulsar dentro do universo que se formou naquele lugar junto ao mar.



Amanhã rumo a Santiago, onde temos hotel marcado por duas noites… Vejamos o que nos reserva o tempo e o caminho… Mas o que eu sei é que sem o percorrermos, sem nos sujeitarmos aos perigos que podem estar escondidos nas suas entranhas, não nos podemos deliciar com algumas das paisagem mais belas… Tanto para os olhos, como para o coração.

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