sábado, 11 de outubro de 2008

Uma paixão, não uma profissão

Quando olho para trás e vejo todos os alunos que já tive, vejo que o curso que tirei foi o mais acertado...
Encaro a minha profissão não como uma obrigação mas como uma paixão, adoro o que faço e faço-o com "um brilhozinho nos olhos", como diz a canção. Orgulho-me de dizer que acordo de manhã ansiosa por começar o dia, por aturar as pestinhas que me tentam chatear de todas as maneiras e mais algumas... Adoro imaginar todas as formas possíveis e imaginárias de lhes ensinar matemática de uma forma pessoal... sendo sempre eu e não uma personagem formada pela sociedade, esteriótipada...
Adoro as dores de cabeça, embora por vezes me pareçam demais, confesso... mas prefiro os desafios às coisas fáceis... dão mais sabor à vida. Nunca desisto de ninguém, acho que todos têm o direito de aprender e todos têm o seu ritmo e forma de aprendizagem... mais do que isso, têm personalidade, passado, família, estão integrados numa cultura própria com valores próprios que por vezes são desprezados...
Para mim cada aluno é mais do que um aluno, é uma pessoa e como tal tem problemas, tem momentos de felicidade, precisa de se exprimir... nós precisamos de canalizar essas energias da melhor forma... por isso penso que tem que existir uma relação de confiança entre professor e aluno e não uma relação de impessoalidade que tantos tentam transmitir.
Eu não sou de pedra, existo enquanto ser humano, com toda a vivencia que adquiri ao longo dos anos... não consigo chegar à sala e deixar de ser eu, não se consegue ser assim, quem é assim é falso...
No entanto existe uma regra que aprendi de um professor, hoje grande amigo, que a nossa liberdade acaba onde a liberdade do outro começa... e este respeito é o que tento ensinar também nas minhas aulas...
Tive alunos mas ganhei amigos... e tenciono enriquecer a minha vida ao longo da minha carreira, porque eles ensinam-nos muito, quando nós também estamos dispostos a aprender e nesta vida, estamos sempre a aprender (esta disse-me o meu pai ainda eu era bem novinha)
Por isso, embora o governo me dificulte a vida com burocracias e me empate o tempo com papeis eu vou continuar a amar o que faço, porque o faço para os alunos, para que um dia tenham um pouco da paixão pela vida e pela matemática que eu tenho...

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