segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Um sonho...

Sentada num café de uma das ruas de Lisboa. São 9h30. O dia já vai longo.
Saboeio um café de aroma adocicado, ao mesmo tempo que sou invadida pelo barulho de conversas banais, em volume superior ao necessário.
Toda esta confusão e rebuliço... Agitação matinal... atira-me num segundo para um mundo efémero. Sou transportada do dia para a noite e a única luz que existe é difusa...
A lua no céu ilumina toda a massa de areia que cerca o meu horizonte.
Em frente, as ondas... frias... vão e vêm... como as paixões que nos dão tantas alegrias e tanta dor.
Deito-me e sinto a areia fria nos meus dedos... tal qual a vida que me vai fugindo...
Sinto o aroma do mar que me embebeda a alma e me deixa os sentidos mais alerta.
A suave brisa brinca com os meus cabelos... deixa o meu corpo arrepiado...
Sózinha, naquela noite inventada, revivo a minha vida, desde o momento em que nasci.
Dou por mim a chorar, a rir, a amar, a sofrer...
A mistura de sentimentos é mais forte à medida que as recordações se desenrolam num écran gigante, implantado no céu estrelado.
De repente... Tudo fica escuro. Só a luz de uma vela ilumina os contornos do meu corpo nú que repousa, exausto, sobre o areal... banhado pelo mar que me quer arrastar para as suas profundezas...

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